
Das palavras que não escrevi
apenas o sussurro lento e surreal
longe das rimas meus textos
ardem intranquilos ao longe
os bosqu|es intocáveis o eco
perceptível de (tua alma)
O pensamento incendiado anoitece
na bruma e abre-se devagar para
o rubor de uns lábios de mar
derramados na vastidão do v.a.z.i.o
bordado nos pensamentos que
invocam o húmus da embriaguez
da poesia oculta de esperas
Minhas letras inflamam
As horas trepam como heras
Os anjos tornam-se guerreiros
no ímpeto de procurar abrigo..
O musgo cobre as rosas brancas
Celebro a vertigem a [in]sanidade
numa miragem de camélias e cisnes
Estilhaçando no peito aus^ncias tantas
Pinto-te na forma de
letras recortadas
em cor de rosa e faço
(Bolhas de sabão)
Repousando no equinócio
Na minha liturgia de delírio
deitas-te junto a minha carne
no leito da noite
deitas-te nesse jardim
de delicadas sedas que desafiam
a melancolia contemplada
"Adormeço no esplendor do absurdo inopinada"
Num pulsar do sangue que
corre sobressaltado Denso
abrigo de mansa insonia
nenúfar de uma loucura
criticada..
Não fujas dentro desse
anoitecer da lapides proscritas
que desaparecem na sombra de um corpo..
me perco ceifando o luar que
inunda a doçura e profana do (teu)olhar
Queria as sílabas de teus lábios
Queria o sal do teu corpo
Queria o gosto da tua saliva
Queria o silencio das rosas
e o jejum de um re.flexo
Queria na melancolia do assombro
febril e na seiva dos lagos de vidro
repousar no teu colo..
Agora
Parto na demanda dos corvos
como um animal ferido nos
braços de um nome me depositam
a beira mar..
No limiar dos despojos
liberto-te em cada sílaba
recolho-te na mudez de um olhar
o vento transporta-me
até um abismo brotarei das
constelações e dos céus
numa exaltação minuciosa
no ímpeto dos dias (teus)
Tapa-me os olhos: ainda posso ver-te
Tapa-me os ouvidos: ainda posso ouvir-te
E mesmo sem pés posso ir para tí
E mesmo sem boca posso invoca-te.
Arranca-me os braços: ainda posso apertar-te
Com meu coração como com a minha mão
Arranca-me o coração: e meu cérebro palpitará
e mesmo se me puseres fogo ao cérebro
Ainda ei de levar-te em meu sangue.
[Rilke]
3 comentários:
A alma é um mar.
Só d'inundar as pontas dos teus dedos nessas águas virá o tom em qu'embalar tuas manhãs e sonhos.
Emenda n'água o amoroso vulto dessa soma.
Sê poeta, meu sonho.
Geralmente aquilo que não escrevemos é o que passamos mais tempo querendo escrever, e de fato não o fazemos. E de todo o texto que fizemos, as palavras que não estão nele são geralmente o que mais importa.
Quanta coisa não escrevemos. Quanta coisa não dizemos.
Nossa, migah! Que postagem fodástica!
Viajei em cada verso...
esses ultimos versos tbm foram demais!
{Intenso}
Bjs neGroS^^
Postar um comentário