(Eu não sou poema.
Não sou eu a prosa. Não sou os braços dos versos.
Não sou a rima das estrofes. Não sou o pudor do poeta.
Não sou a linha. Não sou o ponto ou a vírgula.
Não sou nem ao menos o papel.
Não sou a mão que rege a caneta. Não sou a pena.
Não vivo como pincel. Não sou a tinta. Não sou a cor.
Não sou a palidez do pergaminho. Não sou a vela que luz o pensamento.
Não sou a clareza, a concisão. Não sou a lâmpada da ideia.
Não sou o sorriso. Não sou a emoção de um escritor.
Não me torno a capa do livro, (A contracapa, o prefácio ou o pro,fácio.
Não sou elemento pós textual. Não sou o elemento semântico.
Não vejo o aspecto material.
((Não sou mais Que a mera representação
teatral do que deve "Ser a poesia".))
Ela, Quando me toma, me faz nada diante da grandeza de sua métrica
bem posta ou horrorosamente imposta.
Exageradamente,,[ Se ela diz ser, sou.
Não me torno parte da poesia, nem ela se torna parte de mim
por isso, sou apoético!!, aquela Que vive a parte, vendo de longe
o espetáculo Que é a Composi,,ção
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Ser Poeta Ser poeta é ser mais alto, é ser maior Do que os homens! Morder como quem beija! É ser mendigo e dar como quem seja Rei do Reino de Áquem e de Além Dor! É ter de mil desejos o esplendor E não saber sequer que se deseja! É ter cá dentro um astro que flameja, É ter garras e asas de condor! É ter fome, é ter sede de Infinito! Por elmo, as manhãs de oiro e de cetim... É condensar o mundo num só grito! E é amar-te, assim, perdidamente... É seres alma, e sangue, e vida em mim E dizê-lo cantando a toda a gente! Florbela Espanca
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