28.8.13

Sem Cor..

(Imagem By.Marili Cristina Oliveira)






Do incompreensível
Das folhas arqueadas e seduzidas nas distantes formas de se olhar.
Da inconstância do certo e do incerto.
A suposta magia de que tudo é transcendental torna-se por vezes baça
- Mas há tanto na delinquência das cores..
A derradeira força da música corre por riachos de sangue e invade
comove e estremece, oh Audição!


- O sabor das coisas, que também por momentos é dos mundos, das cores
do amargo e do picante, do doce e do salgado..
E da loucura, do êxtase, da cadência perpétua dos aromas, cheiros que me regam
de Incompreenção..

O que é compreensível?
O que vejo, ouço, sinto, saboreio, cheiro?
Ou a sensação que um dia, talvez, lá nas monumentalidades estranhas dos dias futuros
sentir-se-á tudo isso como verdadeiro e puro? Ahh Realidade cruel..

O puro e o verdadeiro há muito que do meu dicionário se tornaram alimento
das traças que se alimentam de significados passados.
Do incompreensível...
Bem do nonsense...
A novidade dos segundos, a alienação, e a estranha perfeição do desconhecido.
 Nada é o que é, em que tudo é o que nada até aí tinha sido, daí provém o
in,compreensível.
E é belo não é?

Da dor se faz Poesia.


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Vês! Ninguém assistiu ao formidável
Enterro de tua última quimera.
Somente a Ingratidão – esta pantera –
Foi tua companheira inseparável!

Acostuma-te à lama que te espera!
O Homem, que, nesta terra miserável,
Mora entre feras, sente inevitável
Necessidade de também ser fera.

Toma um fósforo. Acende teu cigarro!
O beijo, amigo, é a véspera do escarro,
A mão que afaga é a mesma que apedreja.

Se a alguém causa inda pena a tua chaga,
Apedreja essa mão vil que te afaga,
Escarra nessa boca que te beija!
Augusto dos Anjos




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