
Estou pensando em saudade.
Algum poeta já disse que amor é “saudade de coisa nenhuma”
(Amar) é apostar todas as cartas num jogo incerto
e perder tudo, inclusive – e principalmente – ele mesmo.
Como o aviso nos portões do inferno, diante de Dante:
“vós que aqui entrais, deixai para trás todas as esperanças”.
Quem se propõe a amar deve jogar fora suas esperanças,
encontra-se como Dante diante do inferno, mas não possui
nenhum Virgílio a quem recorrer.
E mesmo sabendo disso, o amante caminha.
{Saudades inexplicáveis}
Como viver depois da chuva?...
É por isso que o amor é contingente.
Ele pode ocorrer – ou não.
Um grande amor pode estar em qualquer lugar
e, sem saber, esperando. Esperando alguma coisa
ou alguém, que pode nunca chegar.
E nós seguimos assim, esperando também.
Esperando o dia de amanhã, sábado, domingo.
{Esperando a chuva passar}
Os dias, meses, anos. E o amor, o grande amor, contingente,
passa ao lado, incauto, virginal e nao conseguimos o (tocar)
Contingente.
Mas e o sentimento que não cessa?
Mas e a necessidade, premente, de esperar?
E o sentimento que sempre estará lá, o movimento
próprio de busca, isso que impulsiona a amar
não é necessário?
Não é ele sempre uma constante, uma fatalidade
quase uma condição para a humanidade?
(Algo do amor é necessário)
Não pára. E esse algo é a busca mesmo.
É aquilo que sobra de um sonho que não deu certo
mas que permanece em saudade. Esse sentimento tão
alheio a nós que faz sonhos.
Se a possibilidade do encontro amoroso é contingente
o amor mesmo é necessário.
Por que há busca, não importa como, ou a nostalgia dela,
quando existe a saudade.
Sintomas de saudade de uma vida Q-nao vivi.
Ex-tranhamente são:00:02
^^
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