
Os dignos não são aqueles que são bons, honestos, virtuosos por demonstrarem bondade, honestidade, virtuosidade ... A dignidade é uma virtude que "é", ela não "está"; ou seja, a dignidade não faz presença, não enche os olhos, não preenche espaços... ela é natural, é essência. Uma pessoa digna não necessita sair pelos quatro cantos da Terra anunciando sua dignidade.
Não! A dignidade, por ser natural, se revela através de outras virtudes: a bondade, a vontade, o respeito, a responsabilidade... Só pode ser revelada e reconhecida quando tais virtudes alicerçam atos, não quando demonstram atos.
Ser consciente daquilo o que se quer, nos torna responsáveis por sermos nós mesmos, por nossas ações e por acatarmos e respondermos pelas conseqüências do resultado de tais ações. Quando usamos exemplos de bondade para "justificar" ou "julgar" nossos atos ou alguém, não estamos sendo dignos, mas sim irresponsáveis, mesquinhos, pois ninguém e nem nada pode assumir aspecto de exemplo para a justificação ou julgamento de atos individuais, pois cada um deve saber de si... Cada um é um, e exemplos são comuns...
O ser humano não é "ser comum" é "ser individual" é "ser adjetivo".
Verdadeiros são aqueles que assumem o que fazem, são aqueles que não usam "poderes" para demonstrar sua pseudodignidade, são aqueles que respeitam o espaço, a liberdade e a vontade individual, respeitando cada ser humano como "um ser humano" que erra, acerta e que não é igual...
Ninguém tem o direito de julgar ninguém. Ninguém tem capacidade para isso. Muitas vezes julgamos pessoas, embasados em nossas próprias deficiências ou fraquezas
Muitas vezes julgamos porque reconhecemos no outro aquilo que falta ou que também existe em nós, usamos pessoas como espelhos para aquilo que somos, só que nos esquecemos que os espelhos refletem o contrário daquilo que a ele se apresenta, por isso todo julgamento embasado em "espelhos" explora o que de pior existe em nós, a falta de respeito àquilo que somos para nós mesmos.
...
Não acho nada interessante usar indevidamente meios metafísicos, sobrenaturais para justificar atos concretos, físicos meus. Não uso muletas para justificar meus atos, costumo assumir erros, assumir minhas vontades, sou livre para isso. Uso minha liberdade, questiono regras, mudo regras que não representem aquilo que eu sinto e pago por isso... Não me afirmo como pessoa digna, não me influencio por meras palavras, gosto das pessoas e as respeito não porque elas são como eu gostaria que elas fossem, mas porque gosto e respeito.
Quando gosto, respeito, eu gosto e respeito verdadeiramente, não digo que gosto quando não gosto, não digo que respeito quando não respeito. Se não gosto e não respeito não digo nada, ou digo que não gosto e que não respeito. Tenho aprendido muito com todo mundo, sempre aprendo, procuro observar mais do que falar. Presencio e vivo atitudes as quais não gosto, mas aceito a individualidade de cada um, só me irrito por perceber que nem todas as pessoas conseguem ou se propõem a enxergar seus próprios erros e se sentem à vontade e instituídas de poderes para julgar e recriminar outras.
De resto, minha vida não vai mudar drasticamente apenas pelo mero fato de que nem todos têm a capacidade de serem o que gostariam de ser verdadeiramente...
Aceito as pessoas como elas são, não como eu gostaria que elas fossem. Se me respeitam ou não, isso não me interessa, eu sou eu e só eu sei realmente o que significa ser eu, como diria Hermann Hesse, só eu sei me interpretar..."
[Autor desconhecido]
Nenhum comentário:
Postar um comentário