Trago em mim tantas cicatrizes.
.. Aquelas que conheces e (As que escondo.
Todas elas formam um mapa das palavras que não se dizem..
Edos momentos impregnados de silêncios.
Trago em mim as cicatrizes dos dias passados e as promessas dos dias que não vieram..
Trago em mim as cicatrizes do sentir amordaçado e dos silêncios dolorosos.
Trago em mim essas cicatrizes, as que me fizeram inadvertidamente e as que me provocaram de propósito. Trago também as mais profundas, aquelas que fiz intencionalmente.
Trago essas cicatrizes que nada mais são do que mapas de dor e de refúgios onde ninguém conseguiu chegar. Trago em mim tantas cicatrizes.
Tantas cicatrizes e tantas feridas por cicatrizar..
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SOLITÁRIO
Como um fantasma que se refugia
Na solidão da natureza morta,
Por trás dos ermos túmulos, um dia,
Eu fui refugiar-me à tua porta!
Fazia frio e o frio que fazia
Não era esse que a carne nos contorta...
Cortava assim como em carniçaria
O aço das facas incisivas corta!
Mas tu não vieste ver minha Desgraça!
E eu saí, como quem tudo repele,
-- Velho caixão a carregar destroços --
Levando apenas na tumba carcaça
O pergaminho singular da pele
E o chocalho fatídico dos ossos!
Augusto dos AnjosComo um fantasma que se refugia
Na solidão da natureza morta,
Por trás dos ermos túmulos, um dia,
Eu fui refugiar-me à tua porta!
Fazia frio e o frio que fazia
Não era esse que a carne nos contorta...
Cortava assim como em carniçaria
O aço das facas incisivas corta!
Mas tu não vieste ver minha Desgraça!
E eu saí, como quem tudo repele,
-- Velho caixão a carregar destroços --
Levando apenas na tumba carcaça
O pergaminho singular da pele
E o chocalho fatídico dos ossos!
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